O dia 8 de março já passou, mas isso não significa que a mensagem que carrega perca força. Às vezes, o calendário apressa-nos, mas a reflexão precisa do seu próprio tempo. Hoje, a partir de um lugar íntimo e consciente, quero parar para assinalar uma data que, para além do seu carácter simbólico, representa uma luta viva e constante: o Dia Internacional da Mulher.
Este dia não se trata apenas de celebrar conquistas ou de nos vestirmos de roxo. Trata-se de lembrar o caminho percorrido e o que ainda falta trilhar. Trata-se de reconhecer a força silenciosa que sustenta lares, comunidades e, porque não?, também espaços como o TibiaGoals. Porque sim, mesmo dentro de um mundo virtual como o Tibia, nós, mulheres, construímos, nutrimos, lideramos e cuidamos. Porque somos capazes de semear coragem, empatia e criatividade, mesmo nos espaços que outros não considerariam importantes.
A origem desta data não é glamorosa. Nasceu da dor, do sacrifício, da necessidade de justiça. As operárias têxteis de Nova Iorque, em 1908, não pediam muito — apenas condições dignas. A sua coragem iniciou um movimento que continua a ser tecido com os fios da nossa própria história. O feminismo não é uma moda. É memória. É voz. É ação. E é também comunidade.
Hoje quero partilhar um pedacinho dessa comunidade que tanto significa para mim. Não vou falar de figuras históricas, mas sim de mulheres reais. Daquelas que talvez nunca apareçam nos livros, mas que marcam vidas. Que me marcaram a mim. Mulheres que conheço através dos seus teclados, das suas vozes no Discord, das suas palavras nos chats. Mulheres com quem partilho este cantinho digital, que transformámos em algo muito maior do que um fansite: uma irmandade.
LadyMass: a raiz e o motor
Admiro profundamente o seu equilíbrio. A sua capacidade de manter a calma no meio do caos, de comunicar sem perder a doçura, de liderar sem impor. O seu amor pelos animais, a sua curiosidade em aprender, a sua filosofia de vida baseada na exploração constante (“aprende algo sobre tudo, e tudo sobre algo”) inspiram-me a continuar a formar-me, a nunca deixar de procurar, de tentar, mesmo que nem sempre leve o hobby além de umas semanas.
LadyMass já experimentou o crochet, a guitarra, a pastelaria. Talvez nenhuma dessas paixões tenha ficado durante anos, mas há algo em que nunca vacilou: o seu compromisso com a comunidade e consigo mesma. A forma como fala da sua rotina de autocuidado, de como pode passar horas a experimentar tratamentos capilares ou a pesquisar ingredientes para a pele, não é fútil. É amor-próprio em estado puro. É levar-se a sério. E isso, num mundo que nos exige constantemente que priorizemos os outros, é um ato profundamente político.
Divine’Angel: a força que ilumina
Há pessoas cuja energia se sente desde o primeiro instante. A Divine é uma delas. O seu nome não é apenas um nickname: é uma declaração de presença. É direta, honesta, transparente. Não há falsidades nela. O que vês é o que há… e o que há é muito. Professora, cantora, desportista, artista digital, líder no TibiaGoals. A sua vida é uma sinfonia de talentos bem orquestrados.
O que mais me impressiona na Divine é a sua capacidade de se disciplinar sem perder a alegria. Treina, trabalha, organiza e, mesmo assim, está sempre disposta a partilhar uma gargalhada, uma ideia, uma foto com os seus três gatinhos. O seu amor pelo fitness não é uma questão estética; é uma forma de habitar o corpo com dignidade e presença. O seu exemplo lembra-me que o autocuidado não tem de estar em conflito com a entrega. Que podemos ser firmes e doces, comprometidas e livres, racionais e profundamente emocionais.
Quando a Divine fala, percebe-se que está presente. Que não improvisa. Que reflete. E isso é algo a valorizar num mundo que anda depressa demais. É uma mulher que aprendeu a sustentar-se a si própria e, nesse processo, sustenta também quem tem a sorte de caminhar ao seu lado.
Dyanixz: o coração de uma guerreira
Ela não cuida por obrigação. Cuida porque acredita nisso. Porque entende que um gesto caloroso pode ser tão curativo como um medicamento. O seu bebé, os seus gatos, a sua paixão pela cultura coreana, a sua presença constante no fansite… tudo fala de uma mulher com múltiplas dimensões, que nunca se esconde, que está sempre lá.
A Dyanixz lembra-me que a ternura não está em conflito com a coragem. Que ser forte não significa endurecer, mas sim manter-se firme sem perder a capacidade de sentir. É uma guerreira em todos os sentidos e a sua forma de viver — com coragem, com entrega, com alegria — é uma fonte constante de inspiração.
Eve: a força tranquila
A sua vida é marcada pela distância, pela resiliência, pela procura de propósito. E, mesmo assim, nunca deixou de ser fiel a si mesma. A sua habilidade para o crochet não é apenas um passatempo. É uma forma de expressão. Cada peça que cria com as mãos carrega uma história, um pedaço de universo, uma parte da sua alma.
A Eve ensinou-me que se pode ser firme sem ser dura, que se pode ser reservada e, mesmo assim, deixar uma marca profunda. A sua capacidade de amar sem grandes gestos, de manter relações saudáveis, de se manter leal aos seus princípios mesmo nas pequenas coisas do jogo, fala-me de uma maturidade que respeito profundamente.
Bijou Kidi: criatividade que floresce
A Kidi é daquelas mulheres que transformam as adversidades em combustível. Que não desistem. Que, se caem, levantam-se com mais força. Que criam, que constroem, que brilham. Tem uma visão única do mundo, uma forma muito sua de ver a beleza no simples e de transformar o quotidiano em algo especial. É mãe, amiga, artista, companheira.
A sua história pessoal é daquelas que ficam na pele. Não porque tenha sido fácil, mas porque foi profundamente vivida. E isso nota-se na forma como está presente no fansite, em como contribui, em como organiza, em como sonha. A Kidi é daquelas pessoas que tornam o mundo mais interessante, mais amável, mais colorido.
Hoje celebro todas vocês, não como personagens, mas como pessoas reais. Mulheres que amam, cuidam, criam, ensinam, curam, lideram, riem e resistem. Mulheres que me inspiram. Mulheres que admiro.
Mesmo que já não seja 8 de março, o espírito dessa data vive em nós todos os dias. Continuemos a caminhar juntas rumo a um mundo onde cada voz conta, onde cada história importa, onde a igualdade não seja um ideal distante, mas uma realidade palpável. Continuemos a criar espaços onde ser mulher não seja sinónimo de luta constante, mas sim de liberdade plena.
Obrigada por existirem.
Obrigada por serem.
Feliz Dia Internacional da Mulher, sempre.
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